Ultrassom de mamas: quando é indicado e o que o exame detecta

Ultrassonografia não substitui mamografia no diagnóstico de câncer de mama, veja para que serve o exame e quais os possíveis resultados.

O que é o ultrassom das mamas?

ultrassom de mamas é um exame de imagem que auxilia no diagnóstico de algumas alterações mamárias. A ultrassonografia é um exame realizado por meio de um transdutor (dispositivo portátil acoplado à máquina) que é encostado ao corpo do paciente.

Durante o exame são emitidas ondas de som em alta frequência (inaudíveis) que fazem os tecidos vibrarem, e essa vibração dos tecidos é captada pelo aparelho instantaneamente para a formação das imagens. Desta forma, o especialista poderá interpretar os resultados da ultrassonografia de mamas.

O aparelho de ultrassom é um método que não utiliza radiação ionizante para a obtenção de imagem. A radiação ionizante são ondas eletromagnéticas de frequência muito elevada, essa é uma forma de radiação muito prejudicial ao tecido vivo. Por esse motivo, exames que utilização radiação, como é o caso do raio-x e a tomografia, devem ser evitados por algumas pessoas – principalmente as gestantes, já que a radiação pode causar efeitos maléficos ao feto.

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De acordo com o radiologista Alexandre Pupo Nogueira, não existem diferentes tipos de ultrassom de mamas, tudo irá depender dos programas inseridos em seu software. “Pode-se realizar doppler-scan que permite avaliar fluxos de líquidos como o sangue dentro de veias e artérias, ou montagem em 3D de estruturas para avaliar seu volume e forma, permitindo permite avaliar quão dura (mais ou menos elástica) é uma estrutura sólida (elastografia)”, explica.

Ultrassom de mamas x Mamografia: qual a diferença?

mamografia é o principal e mais eficaz exame de rastreamento de câncer de mama. Diferentemente do ultrassom, é um método de raio X, realizado em um aparelho conhecido como mamógrafo que faz compressão do tecido fibroglandular (tecido mamário) para avaliação de possíveis lesões. A ultrassonografia das mamas é um método auxiliar na detecção de lesões da mama.

A radiologista Carla Benetti afirma que é aconselhável fazer os dois exames em casos de mamas densas, já que a utilização de ultrassonografia pode aumentar a sensibilidade na detecção dos cânceres de mama.

Além disso, o ultrassom de mamas pode auxiliar na distinção entre lesões sólidas e císticas, que possuem aspecto semelhante na mamografia e até mesmo direcionar biópsia percutânea quando a lesão for vista em ambos os métodos.

O rastreamento mamográfico é o único método de prevenção secundária comprovadamente capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. Estima-se uma redução de 25% a 30% na mortalidade em pacientes que fazem a mamografia anualmente. Desta forma, é importante alertar que o ultrassom de mamas não substitui a mamografia, isso porque sua utilização é basicamente complementar a mesma.

“Algumas tentativas de substituir a mamografia pelo ultrassom na situação do rastreamento foram realizadas, porém sem sucesso com resultados nem sempre consistentes. Sendo assim, o uso do ultrassom como forma de substituir a mamografia no rastreamento (prevenção secundária) do câncer de mama é ainda controverso e inconsistente não estando indicado pelo Ministério da Saúde, SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) e CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia)”, disse o médico Henrique Lima Couto.

Para que serve o ultrassom de mamas?

A ultrassonografia mamária auxilia na detecção de possíveis lesões da mama, como aquelas que podem ser palpadas, mas não são visualizadas na mamografia ou em mulheres com tecido mamário denso.

O exame pode ser utilizado na distinção entre os cistos (lesões com conteúdo líquido) e nódulos sólidos, ambos com aspecto de nódulos à mamografia. Além disso, é um importante meio de direcionamento de biópsias das mamas nas pacientes que necessitam desses procedimentos.

Como é feito o ultrassom de mamas?

O exame de ultrassom é feito por um técnico de radiologia ou pelo próprio médico, e em seguida é analisado por um especialista.

“O médico manuseia uma sonda (transdutor) através da pele ou cavidades, utilizando-se de um meio condutor (gel à base de água), e as imagens são formadas simultaneamente na tela do aparelho. A partir das imagens dinâmicas captadas, o médico seleciona as que melhor representam os achados e obtém fotos que ficam como registro do estudo”, explica Alberto Lobo, radiologista do Fleury.

O uso do gel ajuda a evitar bolsas de ar, que podem bloquear as ondas sonoras que criam as imagens. O ultrassom geralmente é indolor, contudo é possível sentir um leve desconforto quando o ultrassonografista guia o transdutor sobre o corpo.

Segundo Alexandre Nogueira, normalmente o especialista que estiver conduzindo o exame irá perguntar se a paciente percebe algum nódulo, caso a resposta seja sim eles irão dar mais atenção a área indicada. Ambas as mamas devem ser avaliadas completamente, eventualmente as regiões das axilas também.

Um exame de ultrassonografia de mamas leva de 10 a 15 minutos. No entanto, a radiologista Carla Benetti explica que esse tempo pode ser bastante variável de acordo com o tamanho das mamas e possíveis alterações detectadas.

Quando o ultrassom de mama é indicado?

A ultrassonografia das mamas pode ser indicada nos seguintes casos:

  • Pacientes jovens (abaixo dos 40 anos) com queixa de alteração palpável
  • Pacientes com alterações vistas na mamografia que necessitam de avaliação complementar
  • Pacientes com tecido mamário denso na mamografia, com o intuito de aumentar a sensibilidade na detecção de câncer de mama
  • Pacientes com histórico familiar de câncer de mama
  • Pacientes que necessitam de avaliação de implantes de silicone
  • Pacientes que não podem ser expostas a exames com radiação ionizante, como gestantes.

Além disso, o médico Alexandre Nogueira explica que homens também podem ter câncer de mama. Por isso, homens com suspeita de nódulos de mamas e ginecomastia também devem ser avaliados com ultrassom de mamas. Existe em média um caso de câncer de mama em homens para cada 100 casos em mulher.

Contraindicações

Não há contraindicações ao exame. De qualquer forma, caso tenha alguma condição de saúde, é importante avisar o médico antes da realização do exame.

Qual o preparo do paciente para fazer um exame de ultrassom?

Não existe nenhum preparo específico para o exame. Contudo, Alexandre Nogueira aconselha que o procedimento seja realizado logo após a menstruação e até 12 dias do início da menstruação.

É recomendado também evitar passar talco ou creme na pele, já que eles podem alterar as ondas de ultrassom do aparelho. Além disso, é indicado levar os exames anteriores.

Periodicidade do exame

Segundo o especialista Henrique Lima Couto, o ultrassom de mama pode ser realizado anualmente como forma complementar ao rastreamento mamográfico em pacientes com mama densa, risco intermediário e alto risco de câncer de mama. “Para as pacientes com mamas densas e risco intermediário a partir dos 40 anos e para as de alto risco a partir dos 25 anos”, explica.

Possíveis complicações/riscos do ultrassom de mamas

A ultrassonografia diagnóstica é um procedimento seguro que usa ondas sonoras de baixa potência. Não há riscos conhecidos.

O que significa o resultado do exame?

Os possíveis resultados do ultrassom de mamas vão desde um exame inconclusivo até aqueles em que a paciente já possui um diagnóstico de câncer de mama, porém ainda não operou ou está em tratamento quimioterápico antes da cirurgia.

Para facilitar o diagnóstico, os médicos utilização a classificação do Colégio Americano de Radiologia (ACR), que é categorizada de 0 (zero) a 6 (seis). Essa classificação é conhecida como BIRADS® (Breast Imaging Reporting and Data System) e está dividida em:

  • BIRADS 0: Exame inconclusivo
  • necessita avaliação adicional
  • BIRADS 1: Exame negativo (normal)
  • BIRADS 2: Achados ultrassonográficos benignos
  • BIRADS 3: Achados ultrassonográficos provavelmente benignos (recomendação inicial de controle em 06 meses)
  • BIRADS 4: Achados suspeitos para malignidade (sugerido prosseguimento na investigação diagnóstica)
  • BIRADS 5: Achados altamente suspeitos para malignidade (sugerido prosseguimento na investigação diagnóstica)
  • BIRADS 6: Malignidade conhecida (paciente já tem diagnóstico de câncer de mama com biópsia).

A radiologista Carla Benetti alerta que é importante retornar ao médico assim que tiver os resultado, para evitar interpretações equivocadas.

“A maioria das lesões com suspeita de malignidade (BIRADS® 4) que necessitam de biópsia são benignas. Portanto, não é necessário se desesperar quando o resultado não for inicialmente favorável. O objetivo dos exames de imagem da mama é a detecção de lesões iniciais, cujo tratamento determine a cura”, afirma a especialista.

O ultrassom de mamas é oferecido pelo SUS?

O exame de ultrassom de mama é oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo indicado para o diagnóstico e investigação complementar para pacientes com exame clínico alterado ou alterações a mamografia de rastreamento.

Fonte: Minha Vida.

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